segunda-feira, 21 de maio de 2012

Os Vírus

Características gerais

Os vírus não pertencem a nenhum reino, pois não possuem organização celular, nem são capazes de sintetizar e degradar substâncias e de se reproduzir sem o auxílio de uma célula hospedeira. Entretanto, apresentam comportamento semelhante aos seres vivos apenas quando estão no interior de células, provocando doenças. Quando estão fora delas (nesta ocasião são chamados de vírions), são moléculas inertes, capazes de cristalização. Por estas características, são denominados de parasitas intracelulares obrigatórios.


Estrutura do vírus

São acelulares e seu tamanho varia de 0,05µm- 0,2µm, sendo visível apenas através de microscopia eletrônica.

Uma cápsula de proteína (ou capsídeo) é o que forma um vírus, juntamente com uma molécula de ácido nucleico (DNA, RNA, ou ambos, no caso do citomegalovírus), sendo considerados genes empacotados em proteínas.
A cápsula é formada por capsômeros, que são moléculas de proteínas. Dependendo da constituição e arranjo dessas moléculas, os vírus podem apresentar diferentes formas. Além disso, conferem especificidade na ligação entre o vírus e tecidos específicos. Em alguns casos, essa estrutura pode estar coberta por lipídios (envelope), provenientes de restos da membrana plasmática da célula parasitada.

A infecção viral

Os vírus precisam de uma célula hospedeira para multiplicar seu ácido nucleico. 

1º passo: adsorção
  • Neste momento, as proteínas da cápsula se ligam a membrana da célula, de acordo com a sua afinidade com o tecido (ou célula) que será infectado.
2º passo: penetração
  • Depois do reconhecimento da célula hospedeira, o vírus pode adentrar de duas formas (dependendo do tipo do vírus):
    • o material genético é injetado dentro da célula, e a cápsula permanece aderida à membrana plasmática pelo lado de fora;
    • o vírus é incorporado pela célula, o capsídeo se rompe e libera o material  genético, já no interior dela.
3º passo: replicação bioquímica
  • Utilizando todo o aparato metabólico da célula hospedeira (RNA de transferência, ribossomos e enzimas), o vírus replica seu material genético e produz suas proteínas.
4º passo: maturação
  • Os componentes sintetizados são reunidos e acoplados, formando novos vírus.
5º passo: liberação
  • Ocorre de acordo com o tipo do vírus, podendo ser com a ruptura da célula ou não.

Tipos de vírus
  • De DNA – bacteriófago; adenovírus, que infecta gânglios linfáticos
  • De RNA – mosaico do tabaco e AIDS
  • De RNA e DNA - citomegalovírus

A reprodução viral pode passar por dois processos:
  • Ciclo lítico: os vírus que apresentem esse ciclo, depois de atingirem a maturação, provocam a ruptura (lise) da célula.
  • Ciclo lisogênico: depois da penetração, o material genético do vírus incorpora-se ao da célula e não interfere no metabolismo desta. Permanece sendo duplicado sempre que há divisão celular, sendo transmitido a toda descendência da célula infectada. Depois, o material genético do vírus pode separar-se da célula hospedeira e iniciar o ciclo lítico.

Desenho esquemático dos ciclos lítico e lisogênico


Um exemplo de reprodução viral, é a do vírus bacteriófago (vírus de DNA). O processo é iniciado quando as fibras de calda se encaixam na membrana da bactéria. A calda se contrai e injeta o DNA na célula, enquanto a cápsula fica do lado de fora, vazia. 
Internamente, o DNA do vírus comanda a sintetização de uma enzima que tem a função de inativar o DNA da bactéria. Além de assumir todo o aparato metabólico da célula, utiliza os nucleotídeos e as enzimas para fabricar suas cópias e sintetizar as proteínas da cápsula. Em seguida, as cápsulas se associam ao material genético, podendo formar de cem a duzentos vírus. Este processo é rápido e pode levar menos de meia hora.


Reprodução do vírus bacteriófago
Pode acontecer do DNA viral se ligar ao da bactéria, reproduzindo-se com ele (o DNA da bactéria) em cada divisão celular, caracterizando-se em um ciclo lisogênico. Quando o material genético é incorporado ao da bactéria, o vírus passa a ser chamado de pró-fago e NÃO destrói a célula. Isso não acontece devido a produção de uma proteína repressora, comandada por genes do vírus.




Bibliografia

BIOLOGIA HOJE. 2003. Seres vivos, volume 2. Sérgio Linhares & Fernando Gewandsznajder
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS. 1999. Volume 1. Maurício Marczwski & Eduardo Vélez

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