terça-feira, 22 de maio de 2012

Classificação dos seres vivos

História da classificação dos seres vivos

Na Grécia antiga houve a primeira tentativa de agrupar seres vivos de acordo com as semelhanças que apresentavam entre si. Neste período houve o reconhecimento de dois grupos: vegetais e animais. Platão indicou que os seres vivos poderiam fazer parte de diferentes linhagens, que teriam surgido através da criação divina: os que surgiriam por reprodução ou outro meio seriam cópias idênticas imperfeita dos seres ideais. 

A própria diversidade biológica despertou a curiosidade dos cientistas, e eles perceberam que havia uma relação de parentesco entre alguns animais e outros, não.  A partir disso, surgiu a necessidade da elaboração de um sistema hierárquico. Foi Carl von Linné (Carolus Linnaeus ou Carlos Lineu), com a publicação de Systema Naturae em meados do século XVIII, quem elaborou um sistema bastante minucioso e avançado para a época. Ele agrupou grupos de espécies com afinidades e descreveu muitos organismos.

Aproximadamente um século depois, Charles Darwin empregou um enfoque evolutivo no sistema de classificação dos seres vivos (caráter dinâmico das populações – grupo de indivíduos de uma mesma espécie que habitam uma determinada área geográfica durante o mesmo período de tempo). Suas ideias mudaram o pensamento científico em relação ao comportamento da diversidade biológica. Uma célebre frase deste grande cientista é "Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças". As espécies passaram a ser classificadas de acordo com a origem ou ancestralidade comum , que serviu como base para o modelo atual de classificação.

Robert Whittaker, propôs que os seres vivos fossem agrupados em cinco reinos:

  • Monera: Bactérias, organismos unicelulares procariontes (não possuem envoltório nuclear e uma série de organelas). Muitos são heterotróficos e alguns autotróficos.
  • Protista: Reúne os protozoários (heterotróficos), como ameba e paramécio, e as algas unicelulares (autotróficas), como diatomáceas e euglena. São unicelulares eucariontes, portanto, a célula é mais complexa (núcleo individualizado e diversas organelas). Muitos autores incluem nesse reino as algas verdes, pardas e vermelhas (em sua maioria, pluricelulares), mas com estrutura mais simples que as plantas terrestres.
  • Plantae (Metaphyta): organismos eucariontes, pluricelulares, autotróficos. São as plantas terrestres. Outros autores incluem as algas já mencionadas, nesse grupo. Para outros, apenas as algas verdes fazem parte do Reino Plantae.
  • Animalia (Metazoa): organismos pluricelulares eucariontes, heterotróficos, que, quase sempre vivem da ingestão e digestão de moléculas orgânicas complexas retiradas de outros organismos.
  • Fungi: engloba os fungos, que são seres vivos uni ou pluricelulares e heterotróficos por absorção (absorvem moléculas simples do ambiente). A maioria vive às custas da decomposição de matéria orgânica do ambiente.

Regras internacionais de nomenclatura:
  • Todos os nomes devem ser escritos em latim, e se derivarem de outra língua, devem ser latinizados;
  • De gênero até reino, a primeira letra do termo deve estar em maiúsculo. Gênero é sublinhado ou escrito em itálico;
  • O nome das espécies é binomial. Assim como o gênero, é escrito em itálico ou sublinhado (Falar sobre nome genérico e epíteto específico). Ex.: Homo sapiens, Felis domesticus, Musca domestica. Cada espécie tem um nome único.
  • Nomenclatura de subespécie (populações das espécies isoladas geograficamente, mas que podem se tornar novas espécies num futuro) é trinomial.
  • Subgênero: encontra-se entre o nome genérico e epíteto específico. Fica separado entre parênteses. Ex.: Aedes (Stegomya) aegypti.
  • O autor da descrição, quando citado, aparece após o nome e sem pontuação separando. A data é separada por vígula. Ex.: Trypanossoma cruzi Chagas, 1909.
  • Lei da prioridade: animais que forem descritos, por acaso, já tenham sido por outros autores, quem fica com o nome é o que foi descrito primeiro. Para dar um nome, os autores devem seguir todas as regras internacionais.
  • Famílias do Reino Animal recebem o sufixo –idae (Felidae, Canidae), e subfamílias o sufixo -inae (Felinae, Caninae). Para plantas, o termo utilizado para designar família é -aceae (Rosaceae, família da roseira. Cactaceae, família dos cactos). E -ales para Ordem (Coniferales, ordem do pinheiro. Fabales, ordem das plantas leguminosas).
  • Um dos métodos utilizados para determinar grau de parentesco, é a análise de proteínas presentes do DNA. Cada espécie apresenta uma variação na sequencia de aminoácidos, e quanto maior a distância, menor o grau de parentesco.
  • Quando há um isolamento geográfico dentro de uma população de certo organismo, a tendência é que haja diferenciação ao logo do tempo. As mudanças nos genes vão ocorrendo ao logo do tempo, portanto, a proteína e o DNA funcionam como um “relógio molecular”, dando pistas de quanto tempo se passou desde a separação de um grupo.


Critérios utilizados na classificação dos seres vivos

Os critérios utilizados no processo de classificação são: semelhanças na anatomia (órgãos homólogos/análogos), na fisiologia, no desenvolvimento embrionário, no DNA, no RNA e na estrutura celular e bioquímica dos seres vivos atuais ou extintos. No caso de animais que vivem em um mesmo ambiente, um fenômeno bastante observado é a evolução convergente (Ex.: peixes e baleias).

Grupos taxonômicos

Os principais grupos taxonômicos são: Reino, Filo (Divisão, no caso de fungos e vegetais), Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie. É importante ter em mente que quanto maior o nível hierárquico, menor são as características em comum compartilhadas entre os grupos. Ainda, existem grupos intermediários: sub e supergêneros, sub e superfamílias, sub e superordens etc.

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